domingo, 23 de dezembro de 2012

Em um ano...


"Em um ano tanta coisa acontece
Produtos chegam ao prazo de validade,
Sapatos ficam velhos,
Roupas perdem a cor,
Pessoas nascem...
Sentimentos morrem? –talvez.

Em um ano,
Conhecemos pessoas
E desconhecemos tantas outras,
Próximos se tornam distantes,
E imagináveis amigos surgem...

Mudam-se os pensamentos, a opinião...
E os planos, porque não?!
Feridas cicatrizam
Rugas aparecem
Nem sempre maturidade...

Um ano passa rápido para quem ama
E se arrasta para quem sofre,
Amores se vão.
Amizades que ficam.
Amigos longe, quanta saudade...

Termina-se  a faculdade
Em um ano
Trabalhos nem sempre vem...
...e o que, que tem?

Em um ano acontece tanta coisa
A lista é infinita
Tantas coisas se perdem, em um ano
Importante mesmo é o que, com a gente, fica...

...Por tempo indeterminado."

O ano letivo praticamente acabou, um misto de sentimentos permeiam minha mente: dever cumprido, alivio, saudades... de todos os acontecimentos, cobranças e risos constantes, ficou o carinho, o vinculo  e por tempo indeterminado.Desejo que no próximo ano, meus alunos tenham oportunidade de continuar estudando e eu ou outra educadora, tenhamos o privilégio de  fazer parte das descobertas desses pequenos guerreiros. 

domingo, 26 de agosto de 2012

Eu escolhi ser professora



domingo, 17 de junho de 2012

A FORÇA EMANCIPADORA DO RISO: PIADA



UM GÊNERO A SER TRABALHADO NA ESCOLA.


No Brasil, a perspectiva de trabalho com os gêneros discursivos no ensino da língua portuguesa consolidou-se com a publicação dos PCNs (BRASIL, 1998). Para o cumprimento dos objetivos propostos pela matriz referencial (PCNs), buscamos o amparo teórico de autores como Dolz e Schneuwly (2004) que desenvolveram estudos sobre gêneros, de modo geral, e aos trabalhos de Muniz (2004) e Possenti (1998), sobre o gênero piada, de modo específico.
Esperamos colaborar, através dessa formação, para o desenvolvimento da teoria e da prática na perspectiva do ensino de linguagem baseada no gênero textual piada seus elementos constitutivos e também uma possível sequência de atividades para abordar esse gênero, com escopo de atender as expectativas de aprendizagem e contribuir para o entendimento de que a piada é um gênero de discurso que pode e deve ser trabalhado na sala de aula em razão de seu caráter lúdico e ideológico.
Entretanto, para se ensinar um gênero, é preciso antes de tudo ter clareza sobre o que diferencia esse gênero de outro, bem como as características particulares que o tornam possível de ser apreendido.
Das dimensões ensináveis do gênero piada que podem ser tomadas como instrumentos de aprendizagem são as situações de comunicação, as relações intertextuais, a estrutura narrativa, os efeitos de discurso bem como as relações existentes dentro dele, a quebra de sentido e a ambiguidade. Como Dolz e Schneuwly (2004) atestam, cada uma dessas dimensões pode se desenvolver um modelo didático – Sequencia Didática ou Projeto Didático.
No que se refere ao conteúdo veiculado, Possenti (1998) afirma que as piadas carregam discursos controversos, polêmicos ―são uma evidência de que existem discursos que se dizem — que são ditos por todos — dadas certas condições, sem que sua origem esteja relacionada a um indivíduo de forma relevante‖. Segundo o autor, o discurso humorístico parece estar muito mais ligado ao fato de se poder dizer, através dele, o que não pode/deve ser dito, provavelmente porque não há um juízo de valor sobre quem conta ou quem ouve piadas. As piadas funcionam como o lugar onde as leis (morais, éticas...) que regem a sociedade são suspensas.
Para Muniz (2004), a estrutura textual da piada é determinante para a caracterização do gênero, uma vez que é por meio dela que os gêneros humorísticos melhor se diferenciam. A estrutura da piada é, pois, constituída inerentemente pelo tipo narrativo. Geralmente apresenta forma de diálogo precedido por uma contextualização do lugar, tempo e identidade social/cultural dos personagens. A função primeira do gênero seria, ainda segundo a autora, a de fazer rir, de divertir o interlocutor, mas haveria uma função velada que poderia ser a de denunciar práticas discriminatórias ou mesmo perpetuá-las.
A piada não possui um único meio de transmissão, podendo circular tanto na oralidade quanto na linguagem escrita em meios de comunicação diversos, livros, televisão, rádio, revistas, etc.

Sintetizando as características do gênero piada, temos:
Texto curto;
Apresentam um título;
Estrutura narrativa em que primeiro acontece a contextualização do lugar ou situação, depois apresenta discurso direto (diálogo);
Demanda várias relações intertextuais;
Veicula variedades linguísticas assim como temáticas, abordando assuntos cotidianos e/ou polêmicos;


Cumprem o propósito primeiro de divertir, mas também podem ter como função, criticar, manter relações de poder e difundir preconceitos;
Geralmente apresentam discurso direto – diálogo – precedido de contextualização;
Possui uma carga de sentidos múltiplos que opera na quebra de expectativa no fechamento do texto, quando o leitor opta por escolhas ambíguas e deslocamento de sentido;
Pode ser transmitida por meio da linguagem oral ou escrita;
Circula em espaços informais em que há intimidade entre os participantes ou espaços em que há abertura para descontração.

Dadas as suas características linguísticas particulares, acreditamos que a piada seja um gênero, no mínimo, interessante para se trabalhar com os alunos aspectos de clareza e intertextualidade, principalmente.


Referências Bibliográficas
DOLZ, J. ; SCHNEUWLY, B.. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.

MUNIZ, K. S.. Piadas: conceituação, constituição e práticas: um estudo de um gênero. 2004. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Federal de Campinas, Campinas.

POSSENTI, Sírio. Os Humores da Língua: Análises Linguísticas De Piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DO GÊNERO PIADA OFICINAS

OBJETIVOS

ATIVIDADES
Apresentação da
situação
- Despertar a curiosidade pelo gênero escolhido, motivando-os.
- Apresentar aspectos que podem ser aprendidos sobre o gênero.
- Explicitar o lugar do gênero na vida social e as implicações possíveis de seu domínio.
1. Apresentação de uma piada de tema a escolher.
2. Discussão sobre a finalidade da piada.
3. Discussão sobre o tema da piada.
4. Formulação de questões sobre o tema.
5. Discussão da estrutura textual da piada.
6. Apresentação de outras piadas com características diferentes (particularidades do texto).
Produção inicial
- Observar a capacidade dos alunos e suas
dificuldades a fim de definir os aspectos dos
gêneros que serão objeto de ensino/ aprendizagem.
- Estimular a criatividade.
1. Produção de uma piada. (Nesse momento é bom frisar que vale escrever alguma piada conhecida.)
2. Apresentação de algumas produções.
3. Avaliação coletiva.
Oficina 1
Estudo do tema
- Eleger temas para a leitura e produção de
piadas.
- Desenvolver a leitura crítica.
1. Elencar os temas possíveis e escolher alguns mais interessantes para discutir.
2. Discussão acerca do tema. (leitura crítica do texto considerando as crenças e valores representadas)
Oficina 2
Características
da piada
- Identificação de características gerais do
gênero piada.
- Aprender as características por meio de
atividades específicas.
1. Discussão da situação em que a piada se realiza.
2. Apresentação de uma piada para identificação de características.
3. Identificação das mesmas características em outras piadas.
3. Atividade do tipo textual narrativo.
4. Explorar os efeitos de sentido das escolhas
estilísticas da piada, considerando as características globais e particulares daquele exemplar.
Oficina 3
Característica
marcante: a
ambiguidade
- Conscientizar que na língua há várias
combinações de palavras e de sentidos.
- Aprender combinações ambíguas e como
utilizá-las em textos de humor.
- Conscientizar que esse recurso linguístico não é adequado aos outros gêneros.
1. Exposição e conceituação da homonímia.
2. Pesquisa em piadas selecionadas de homônimos.
3. Listagem dos homônimos encontrados.
4. Atividade com frases ambíguas para se selecionar o sentido.
5. Exercício com frases para se criar ambiguidade.
6. Reescrita de algumas piadas selecionadas na pesquisa com o intuito de retirar o efeito de humor.
7. Análise da reescrita.
Oficina 4
A leitura além
da piada
- Ampliar a leitura da piada, construindo uma
leitura referenciada.
- Aprender a distinguir a intertextualidade.
- Conscientizar da importância da leitura e da intertextualidade na compreensão.
1. Apresentação de piadas que contenham
intertextualidade como ponto de partida para a compreensão.
2. Atividade de pesquisa para compreender a piada.
3. Exercício com outras piadas.
4. Discussão dos exercícios.
Produção final
Apresentação
oral em festival de humor/piada
na escola ou
construção de
mural
- Produzir uma piada.
- Discutir os aspectos da piada produzida.
- Avaliar as aprendizagens efetuadas ao longo da sequência.
1. Produzir uma piada utilizando o que foi aprendido.
2. Apresentação para a classe.
3. Discussão/avaliação coletiva das produções para selecionar as que participarão do festival/mural.
4. Avaliação dos progressos realizados.
5. Apresentação para a escola.
Desdobramentos
-Aprofundar temas.
- Explorar os temas de outras formas.
-Abordar os temas preconceito e discriminação.

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA



Segundo Bakhtin (2000) qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual. No entanto, cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo por isso denominado gêneros do discurso. Já Marcuschi (2003) afirma que os gêneros textuais são fenômenos históricos profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades do dia a dia. São entidades sócio discursivas e formas de ação social incontáveis em qualquer situação comunicativa.
A produção de discursos não acontece no vazio. Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero. Sob esta perspectiva, os PCNs (1998) apresentam os vários gêneros existentes que, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Pode-se ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como visão geral da ação à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, por exemplo, existindo em número quase ilimitado. Sendo assim, denominam-se gêneros textuais, formas verbais de ação social relativamente estáveis, realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais típicas e em domínios discursivos específicos.
Para Bronckart (1994, p.12), os gêneros constituem ações de linguagem que requerem do agente produtor uma série de decisões para cuja execução ele necessita ter competência; a primeira das decisões é a escolha que deve ser feita a partir do rol de gêneros existentes, ou seja, ele escolherá aquele que lhe parece adequado ao contexto e à intenção comunicativa; e a segunda é a aplicação que poderá acrescentar algo à forma destacada ou recriá-la.
Considerando-se os gêneros textuais formas verbais orais e escritas que resultam de enunciados produzidos em sociedade e, no âmbito do ensino e aprendizagem de português, são vias de acesso ao letramento, propõe-se que no ensino, as atenções estejam voltadas para os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Assim, a concepção de gênero diz respeito à forma, ao conteúdo, aos propósitos comunicativos e ao percurso social. O gênero textual reflete todo o processo social envolvido na comunicação que encerra.
Em relação às práticas didático-pedagógicas de Língua Portuguesa precisa considerar a heterogeneidade de textos existentes em nossa sociedade e levar em conta a necessidade de tornar nossos alunos proficientes leitores e produtores de textos. O desafio dos docentes está em criar situações em sala de aula que permitem aos alunos a apropriação desta diversidade. Essa apropriação não pode estar limitada ao que os livros didáticos trazem, nem ao que oferecem como atividades é preciso que sejam promovidas atividades em que os alunos leiam textos nos respectivos suportes em que foram publicados. Além de sua carga sócio cultural, historicamente construída, os gêneros textuais servem como ferramenta essencial na socialização do aluno.
São fortes os indícios de que o que se tem ensinado não é o gênero em si, mas o formato engessado restrito a uma estrutura fixa de como é o gênero. Ao invés de se trabalhar com a diversidade de possibilidades de um único gênero, por exemplo, como é um editorial em suas várias possibilidades sociointerativas, tem-se focalizado o que é superficial e, quando muito, tem-se explorado algumas sequências mais comuns desse gênero. O aluno deveria ser capaz de depreender que os gêneros textuais estão relacionados a certas funções sociais, intimamente ligadas.
Como os gêneros se acham sempre ancorados em alguma situação concreta, é necessária a compreensão do contexto situacional para a plena compreensão textual. Na escrita, é importante levar em consideração a escolha plausível do gênero mais adequado a um determinado contexto. Esta afirmação se baseia que, se o texto é um evento singular, situado em algum contexto de produção, seja ele oral ou escrito, é conveniente que no ensino seja apresentada uma situação clara de produção para que sejam compreendidas as atividades a serem desenvolvidas.
Os profissionais da linguagem precisam levar os alunos a compreender e procurar explicar como se manifestam os diferentes gêneros textuais. A identidade, os relacionamentos e o conhecimento dos seres humanos são determinados pelos gêneros textuais a que estão expostos, que produzem e consomem. O estudo dos gêneros possibilita a exploração de algumas regularidades nas esferas sociais em que eles são utilizados. Por isso, qualquer profissional da área de ensino de língua deveria levar em conta esse aspecto no trabalho com o aprendiz. Embora existam estudos voltados para a análise de gêneros, muitos ainda, estão voltados para a estrutura do texto, nem sempre focalizam uma reflexão sobre como os diversos gêneros circulam na sociedade e nem sempre se voltam para aspectos da interação da escrita, tão importante para a vida e para a futura comunicação profissional.
Aspecto importante sobre a questão dos gêneros como objeto de ensino diz respeito à preparação do professor para trabalhar com a diversidade textual. A imensa diversidade de gêneros forma a língua e, sabemos que, gêneros não são entidades fixas, que permanecem estáticos, independentemente do tempo e das mudanças ocorridas na sociedade. Sabemos que, ao contrário de serem estáticos, há gêneros que desaparecem e outros que nascem dependendo das necessidades dos falantes que os utilizam.
Os alunos devem se preparar para compreender a dinâmica dos gêneros que circulam na sociedade e estarem aptos a interagir com a escrita a que estão familiarizados e com a que não lhes é familiar, dada a dinamicidade do discurso. No ensino, devem ser desenvolvidos recursos para uma melhor compreensão dos aspectos cognitivos e esquemáticos que contribuem para que um determinado discurso aconteça. Os professores devem promover oportunidades para um aprendizado igualitário com vistas a vários letramentos, que levam os aprendizes a compreensão de como funcionam os textos nas sociedades. Defende-se aqui que letramento não apenas envolve compreensão do material que circula socialmente na comunidade brasileira como também implica o entendimento das maneiras de apropriação do sistema de escrita.
O aspecto linguístico não opera sozinho e não encerra em si todo o potencial de textualização. Esse é o fato mais importante nesta perspectiva teórica, pois o texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em gênero textual e circula em domínios discursivos, isto é, em grandes esferas ou instâncias de produção textual ou de atividade humana. Assim, além de ser necessário entender melhor as concepções com que os professores devem trabalhar, é preciso oferecer propostas metodológicas para um ensino mais eficaz da leitura e da produção de texto. Só assim estaremos contribuindo para um ensino mais eficaz.
Resgatando a noção de que os textos apresentam características próprias que são socialmente organizadas tanto na fala como na escrita é que a atenção deve voltar-se para a língua em uso, frisando-se a relevância de que o texto se manifesta por meio de gêneros. O ensino dos gêneros nas escolas é de suma importância na formação do leitor e scriptor ideal, não se esquecendo é claro, da formação do docente em priorizar os gêneros como manifestações históricas e sociais do cotidiano textual de seus alunos.

REFERÊNCIAS:
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1987, p.261-305.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. 1998. Parâmetros Curriculares Nacionais
BRONCKART. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio discursivo. São Paulo: Educ, 1999.
MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In; Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucena, 2003, p. 20-36

A GRANDEZA COMPRIMENTO E SUAS UNIDADES DE MEDIDA


O ensino e a aprendizagem de grandezas e medidas são fortemente vinculados ao contexto e experiências do cotidiano da criança e as ações concretas de medir e contar, porque em sua realidade, ela está medindo e lidando com medidas a todo o momento. Por isso, começamos a refletir, em particular, sobre o ensino e aprendizagem da grandeza comprimento, que apresenta um forte apelo à sua utilização no dia-a-dia.

Analisamos como o aluno pode desenvolver a habilidade de reconhecer e identificar o comprimento como uma grandeza mensurável, por meio:

. Da comparação de comprimentos;
. Da escolha de um comprimento como unidade de medida;
. Da medição de comprimento com unidades não padronizadas;
. Do registro do resultado de uma medição com um número;

Para que ele adquira competência no uso do comprimento como uma grandeza impregnada em seu dia a dia e nos conhecimentos cuja construção depende desse conceito.


Ao final desta formação esperamos que você

 . Reconheça que comparar comprimentos, escolher uma unidade de medida pessoal, fazer medições de
comprimentos e registrar as medidas obtidas, são importantes ações que levam o aluno a identificar o
comprimento como uma grandeza mensurável;
. Analise e crie situações didáticas que possam levar os alunos a desenvolver habilidades que envolvam a
medição e a medida de comprimento;




COMPARANDO COMPRIMENTOS

Desenvolver a percepção do contraste entre “mais perto”, mais longe” e “mais curto” e “mais comprido”, “mais  “alto” e “mais baixo”, “mais estreito” e “mais largo” etc. é começar e comparar comprimentos, não de maneira formal, por meio de medição com instrumentos de medida e com uso de unidades de medidas convencionais.

Praticando...


FORMANDO UMA FILA

Formar uma fila com alunos de tamanhos diferentes e fazer questionamento do tipo: quem é mais alto? Quem é mais baixo? Comparar dois a dois. Fazer estimativas. Pedir que 5 alunos venham a frente da turma para que os outros organizem uma fila colocando-os do menor para o maior.

  

É ALTA OU BAIXA?

Pedir aos alunos que respondam à pergunta “a árvore é alta ou baixa? E justifiquem a resposta. Professor note que nesse momento os alunos sentirão a necessidade de comparar a arvore com alguma coisa. Buscando assim uma referência. Comparar a altura de um prédio, pessoa e uma árvore.
O que é maior: sua altura ou sua temperatura?
A altura se refere à extensão e temperatura está relacionada ao calor de um corpo, são, portanto, grandezas de natureza diferentes.

 O QUE É MEDIR COMPRIMENTO?

Medir comprimento é verificar quantas vezes o comprimento tomado como padrão de comparação cabe no
comprimento que se quer medir.



A MEDIDA É UM NÚMERO

Quando comparamos dois comprimento conseguimos obter um número ao final da comparação.porque esse número aparece?

 SERÁ QUE PASSA?
O professor pede aos alunos que façam uma estimativa para saber se a mesa passa pela porta, sem usar nenhum instrumento de medida. O professor deverá registra na lousa. Depois os alunos terão que medir a mesa com o objeto que quiserem.

Socializar as estratégias utilizadas na medição (é possível que usem o palmo, um caderno, um lápis, um barbante etc.). O professor deverá fazer uma tabela para registrar as medidas encontradas pelos alunos e questionar porque todos mediram a mesma mesa e as medidas encontradas foram diferentes?

Esta atividade leva o aluno a comparar indiretamente duas grandezas de mesma espécie. Em vez de comparar uma com a outra diretamente, escolhem como padrão uma terceira grandeza de mesma espécie, comparam-na com cada uma das outras, resultado dois números que, comparados, nos apontam a relação entre as duas grandezas iniciais.
As duas grandezas comparadas foram a largura da mesa e a largura da porta;
A terceira grandeza, de mesma natureza tomada como padrão de medida foi o comprimento do palmo, ou lápis,
ou do barbante etc.
O padrão escolhido para realizar as medições é chamado de unidade de medida.
Padrões informais de medidas são chamados de unidades não padronizadas de medidas.

 A NECESSIDADE DE UNIDADES PADRONIZADAS DE MEDIDAS DE COMPRIMENTO
  Por que explicitar a unidade de medida?

A GUERRA DAS MEDIDAS

Havia antigamente dois reis muito ricos e amigos, que eram vizinhos. Um deles era conhecido como “o rei do gado” e o outro como “o rei das frutas”. Em uma festa, decidiram que os dois reinos seriam unidos pelo casamento de seus filhos. Durante o noivado o rei das frutas enviou por um mensageiro 50 passos de um lindo tecido e uma carta ao outro soberano, falando do seu presente quando o costureiro do rei do gado mediu o tecido, constatou que havia apenas 40 passos. O rei do gado, furioso, mandou prender o mensageiro, achando que ele tinha cometido um roubo e devolveu o presente com outra carta explicando tudo. Quando o tecido e a carta chegaram, o rei das frutas mandou conferir a medida e verificou que ela estava correta, enviou então o presente de volta, mas o presente foi novamente recusado pelo rei do gado. O rei das frutas pediu que o tecido fosse medido na sua frente e, depois, foi levar pessoalmente o tecido ao seu vizinho. Ao se encontrarem, os reis verificaram que o problema estava na diferença de tamanho dos seus passos. Concluíram então que era preciso haver uma medida única para todos os reinos. Entretanto, cada um queria que o tamanho do seu passo fosse essa medida. E a conversa acabou em briga, que acabou em guerra. A guerra não resolveu nada. Um dia os sábios dos dois reinos se reuniram para pensar em uma solução. Pensaram, pensaram e acabaram criando uma medida maior que o passo de qualquer rei: o metro.


Observando...

Professor desenvolva atividades que possibilitem os alunos a sentirem a necessidade de utilizar medidas padronizadas para que se estabeleça uma comunicação universal.


E a história o que nos revela?


Há muitos e muitos anos, o homem usava os comprimentos de algumas partes de seu corpo como padrões de medida. Esse procedimento se desenvolve entre vários povos. Surgiram então muitos tipos de unidades de medidas como:  o cúbito ou côvado (cotovelo a mão), o pé, a jarda (ombro á mão),polegada (a partir do osso do polegar), palmo, passo, braça (os braços aberto) etc.

 Algumas dessas unidades são utilizadas até hoje em alguns países, como o pé, por exemplo, utilizado na Inglaterra e nos EUA.

Fita métrica
Régua
Metro articulado
Paquímetro

Com o desenvolvimento do comércio, a diferença existente entre os comprimentos de uma mesma unidade de medida começou a causar grande confusão entre os comerciantes, construtores e demarcadores de terras.

Com a forte padronização sofrida pelas unidades de medidas nos últimos dois séculos e o avanço da ciência e da tecnologia, o homem utiliza hoje muitas unidades de medidas de comprimento tanto para medir e expressar grandes como pequenos comprimentos.

 Para expressar medidas de comprimento em células ou átomos são utilizadas unidades muito menores do que o milímetro como:

. Micrômetro: milésima parte do milímetro
. Angstrom: bilionésima parte do milímetro

Para expressar a medida de grandes distâncias como as distâncias entre o Sol e a Terra ou entre as galáxias, são usadas unidades de comprimento como:

. Unidade astronômica (UA): 150 milhões de quilômetros
. Ano-luz: 9.500 bilhões de quilômetros
. Parsec: 342 trilhões de quilômetros



INSTRUMENTOS DE MEDIDA DE COMPRIMENTO

A necessidade de padronização das unidades de medida provocou a criação de instrumentos que permitissem ao homem preservar o comprimento da unidade adotada. As crianças convivem e conhecem muitos desses instrumentos de medidas, como a régua e a fita métrica, mesmo sem, ainda, terem tomado conhecimento do
Sistema Métrico Decimal. A seguir, você encontra alguns instrumentos de medidas de comprimento.


CONTANDO O QUE SEI

Reservar uma parte da aula para que todos os alunos, sentados em roda, possam contar sobre viagens ou caminhadas que fizeram, ou o que sabem sobre a localização de sua cidade, ou ainda sobre a altura de sua casa, do mais alto edifício onde moram, e também sobre a profundidade da piscina que frequentam, do poço de sua casa, da lagoa onde se banham, ou ainda sobre o comprimento e a largura do terreno onde fica sua casa e mesmo sobre a espessura do livro ou do caderno que usam.

Essa conversa poderá ser direcionada pelo professor com perguntas que incentivem as crianças a expressarem medidas por meio de unidades padronizadas, como por exemplo:

. Nessa viagem, quantos quilômetros o carro percorreu?
. Quanto você caminhou no parque essa semana?
. Você sabe qual a distância de sua cidade à capital de seu estado?
. Qual o cumprimento da ponte presidente Dutra?
. A piscina onde você nada dá você em pé? Qual é a profundidade dela? E sua altura?
. E a ponte presidente Dutra você sabe quantos metros tem?
. E a onde mora, você sabe quantos metros de comprimento tem?
. E seu caderno é muito grosso? Quanto? E seu travesseiro, é alto? Quanto?

À medida que os alunos vão contando o que sabem, o professor pode ir anotando na lousa todas as medidas,
registrando as unidades por extenso.

O professor também pode discutir com os alunos os dados obtidos da conversa anterior, para diagnosticar se as crianças têm ideia de como comparar comprimentos expressos em unidades diferentes. Por exemplos, propor as seguintes questões:

. O poço do sítio de Carlos tem 5 metros de profundidade. Quem conhece alguma coisa que tem mais de 5 metros de profundidade? E de altura? E de comprimento?
. A altura de seu travesseiro é maior ou menor do que a espessura de seu caderno? Como você descobriu?
. Quem já viajou mais de 400Km? E menos?


O comprimento é uma grandeza que recebe nomes diferentes conforme a situação: largura, altura, espessura, profundidade, altitude, perímetro, distância, são alguns deles.



A RÉGUA E O CENTÍMETRO

Examine sua régua. Observe o que está indicado nela.
A unidade de medida de sua régua chama-se centímetro (cm) e milímetro (mm).
O professor pode pedir que os alunos realizem uma tabela registrando as medidas de objetos dentro da sala de aula, dentro de casa.
 Notamos frequentemente que apesar de os alunos expressarem medidas de comprimento em unidades padronizadas, eles não conseguem ainda estabelecer a relação entre as mais utilizadas, como o centímetro, metro e quilômetro, por não terem a ideia do “tamanho” de 1m, ou 1 cm ou de 1 km. Essa atividade aprimora as relações que o aluno vai estabelecer entre as unidades de medida do SMD, familiarizando-os com o tamanho que essas unidades de medidas apresentam.


O METRO DE BARBANTE

Pegue um fio bem comprido de barbante ou cordão e usando sua caneta azul, marque nele 10 vezes o tamanho desta tira, começando de uma de suas pontas. Corte o barbante na última marca. 


Dizemos que esse fio de barbante mede 1 metro ( 1m)
A centésima parte do metro é chamada centímetro (cm)
A décima parte do metro é chamada decímetro (dm)


Usando a caneta vermelha, marque no seu barbante de 1 metro, o ponto que o reparte em duas partes iguais.
Com a caneta verde, marque os pontos que o repartem em 4 partes iguais. Usando o barbante para medir, complete a tabela colocando x.
Medida objetos
Maior que 1m
Maior que ½ do metro e m menor que 1 m
Menor que½ do metro e m maior que do  ¼ metro
Menor que ¼ do metro
Mesa




Lousa




Altura do colega




Caneta




Régua




Braço do colega










Quantos centímetros mede:

½ do metro ___________cm
¼ do metro____________cm
¾ metro ____________ cm


A CAMINHADA E O QUILÔMETRO

Esta é uma atividade que deve ser feita extraclasse e cujo objetivo é o de levar ao aluno a construir a ideia de 1km e relacioná-lo com o metro.
Escolher previamente dois pontos de ônibus (ou dois marcos numa estrada) que ficam perto da escola e que distam 1 km entre si. Providenciar, também com antecedência, um carretel com linha de empinar pipa, com 100 metros de comprimento para cada par de alunos (devem ser 10 pares e, portanto 10 carretéis).
Levar os alunos a percorrer a pé a distância 1 km. Ao voltar para a classe, informar aos alunos que cada carretel tem 100 metros de linha; pedir aos alunos para fazer o levantamento de quantos carretéis (devem ser 10) e quantos metros de linha (devem ser 1000) foram desenrolados.
Assim, os alunos poderão perceber que 100m representam 1/10 do quilômetro.


OBSERVE COMO OS PCN SE PRONUNCIAM A RESPEITO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE MEDIDAS EM MATEMÁTICA, NO
ENSINO FUNDAMENTAL.
De acordo com os PCN é importante:

. “... proporcionar aos alunos experiências que permitam ampliar sua compreensão sobre o processo de
medição e perceber que as medidas são úteis para descrever e comparar fenômenos”;
. Propor situações-problemas, criadoras de contexto, que evidenciem para os alunos a necessidade de usar
unidades de medidas padronizadas.


 REGISTRANDO ALTURAS

Pedir a cada aluno, com fita métrica ou trena, meça a altura de vários objetos que existem em sua casa como, por exemplo: altura do fogão, da pia da cozinha, da geladeira, do guarda-roupa, da porta do quarto, da mesa etc. Antes que os alunos façam as medições, é preciso discutir com eles como as alturas desses objetos devem ser medidas.


 Os alunos deverão registra em uma tabela as alturas obtidas em centímetros, como a seguinte.
OBJETO
ALTURA (cm)
Geladeira
175
Porta
190
Mesa
80




SAÍDA-CHEGADA

Uma atividade como essa tem o objetivo de levar o aluno a:
 . Compreender o papel da vírgula num número que representa uma medida no Sistema Métrico Decimal
(SMD);
. Estabelecer a relação entre o papel e a localização da vírgula com a unidade de medida registrada à direita do número;
. Relacionar quantitativamente as unidades de comprimento do SMD.
   Machado, Nilson José, medindo comprimentos – São Paulo: Scipione, 2000. – (Coleção Vivendo a Matemática).



 

SUGESTÃO DE ATIVIDADES

1. Escolha 5 alunos de tamanhos diferentes , os alunos devem ficar na frente da sala um ao lado do outro.
Pedir para os outros alunos que escreva os nomes desses amiguinhos em forma crescente ou decrescente em uma folha de papel.
Verificar com os outros alunos se as respostas estão iguais com a dele.

2. Utilizando papel quadriculado peçam para marcar dois pontos um de saída e um ponto de chegada.
Contar uma história onde demarcará dentro dela, a chegada e saída dos autores.
A Lebre e o leão apostaram uma corrida.
O leão e a lebre fizeram caminhos distintos.
Qual deles percorreu o menor caminho?
Qual deles ganhou a corrida?
Discuta com seus colegas a sua resposta.


3. Brincando de gude (pode-se fazer um campeonato )
Material (6 gudes, metro)
Formem grupos com 5 alunos , cada grupo terá 6 gudes de cores diferentes , uma gude para cada participantes , a gude que sobrou vamos chamar de imã. O objetivo é que cada um coloque a sua gude mais próxima do imã. Vamos medindo e somando a distância do imã a gude de cada participante. Ganha que tiver menos distancia registrada.